OS NORMANDOS
Estes
povos deixaram marcas profundas em toda a Galiza e Norte de Portugal, mas quase
foram esquecidos. No entanto, quase tudo que entre nós se atribui a tradições
do paganismo, lhes é devido.
Chegaram
cá a princípios do séc. IX, vindos da Dinamarca, Suécia e da Noruega e puseram
a Galiza e Norte e Centro de Portugal a ferro e fogo. Os povos da margem do
Lima devem ter vivido um inferno.
No
séc. X, uma esquadra de 200 barcos ataca a cidade de Tui. E pouco depois a zona
de Coimbra.
S.
Rosendo, bispo de Mondonhedo, lutou contra eles a mando e às ordens do rei das
Astúrias. A cidade de Guimarães, nasce dessas lutas. E o seu castelo ergue-se
para defesa.
No
séc. XI, aos antigos Viquingues juntam-se outros: Francos, Saxões e Holandeses.
Relacionam-se
com os naturais, criam as salinas de Aveiro, e deixam os barcos Moliceiros no
sal de Aveiro. É provável que tenham introduzido o gosto pelo Bacalhau. O sal
de Aveiro pode ter salgado as carnes de FONTÃO.
D.
Sancho I buscou entre eles maridos para suas filhas. Casou uma com o rei da
Dinamarca, e outra com o rei da Noruega.
Nesse
tempo ainda Fontão gozava duma economia próspera. E, provavelmente, foi no séc.
XII, que se tornou uma Paróquia e Freguesia autónoma.
O
ermamento, deve, pois, ser revisto à luz destas lutas e calamidades. A
instabilidade e a insegurança reinaram nós séc. VIII, IX e X. As guerras,
assaltos, saques, sequestros e levas de prisioneiros, vendidos como escravos.
As matanças e todo o género de violências de que estas populações foram
vítimas.
Apesar
de tudo, os que resistiram foram capazes de garantir a continuidade. Forjaram o
seu carácter e modo de ser, que é o seu carácter, ainda hoje.
Os
nomes germânicos que se sucedem na Toponímia portuguesa, originam -se nestas
épocas. Mas a Toponímia Fontanense manteve-se, fundamentalmente latina. Sinal
de continuidade.
Anselmo Vieira
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