O ENIGMA DE FONTÃO
Fontão
é um caso sério de se entender. Pequena freguesia Limiana, está cheia de
contradições. O nome vem-lhe dum riacho que corre em toda a sua extensão a
poente, separando-a da vizinha freguesia de Lanheses.
Ao
riacho chamaram os antigos: Fontanus. Nome que vem da Alta Idade Média, ou,
talvez, dos Romanos que a antecederam. Mas o riacho passou a chamar-se: Rio
Podre, parece que já antes do Séc. VI ou dos Suevos. A terra por onde o riacho
corria herdou-lhe, então o nome, e veio a chamar-se: FONTÃO. É daí, que veio o
nome da freguesia.
Mas
o riacho encontra-se com o rio Lima, num valo, ou fundão, onde outrora,
ancoravam pequenas embarcações puxadas à vara, era um varadouro. O valo existe,
ou existiu, e tem em frente uma veiga que dele recebe o nome: a Veiga do Valo.
Mas,
em Fontão, ninguém se dá conta disso!...
O
rio Podre volta a perder o nome, e passa a chamar-se rio do Talho, e a sua
veiga, Veiga do Talho. Mas onde está o Talho? Nem se suspeita dele.
O
rio do Talho ou rego do Talho desaparece pouco acima. Mas continua no Rio
Velho, no Lugar do Rio Velho, e ninguém repara.
Seguindo
para cima, chegamos ao Toural. Mas, que Toural? Parece que ninguém se dá conta.
Existe a família dos SERENOS! Em Fontão, porquê? Que faziam os serenos em
Fontão? Quer dizer: os nomes existem. Mas não significam nada.
Como
é possível?
Existem
as Torres. O lugar das Torres. Que Torres. Para que serviam?
Existe
o Alto da Giralda. A Giralda existiu no alto da Vitória. Quem a ergueu? Quem a levantou?
Ninguém se preocupa de o saber.
Existe
a estradinha nova. Quando foi construída? Por quem? Onde estão as velhas?
Existe
a Ponte Nova, no Rego da Vala. Quais eram as velhas?
Há
tantos topónimos em Fontão, que nada significam aos atuais Fontanenses, e a
nada correspondem.
Não
será isto um anacronismo?
Mas
é a isto que eu chamo, o Enigma de FONTÃO. Ou melhor, também a isto. E é isto
que pretendo desvendar.
Anselmo Vieira
1 de maio, de 2013
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