NORMANDOS
Foi
a força Normanda que possibilitou a formação do Reino da Galiza e do Norte de
Portugal. Possibilitou e forjou a idiossincrasia e o carácter o povo desta
freguesia: Fontão.
Primeiro,
porque foram os Normandos que tornaram impossível a vida Muçulmana nestes
lugares. Atacaram os Muçulmanos e tornaram-lhes a vida impossível nestas
regiões. Criaram o vazio de poder que permitiu e facilitou as atividades dos Presores
Asturianos.
Mas,
ao mesmo tempo proporcionaram a oportunidade de as populações locais se
desembaraçarem dos antigos senhores e dirigentes, e de tomarem em suas mãos, a
orientação dos seus destinos. Livres de antigos dominadores, adquiriram o gosto
da liberdade e assumiram a sua autonomia, caminho para a Independência.
As
presúrias cristãs da Galiza, devem-se à chacina implacável dos elementos
Islâmicos. E foram os ataques Normandos os responsáveis por estas ferozes
matanças.
Desde
os princípios do séc. IX, os Normandos foram aparecendo no litoral da Galiza e
Norte de Portugal.
Encontraram
um povo que não lhes resistiu, e uma autoridade frágil, porque bisonha e de
recente implantação. Estranha ainda às populações locais. Era Islâmica, e não
Cristã. Fragilmente implantada, desertou rapidamente para Sul, deixando o campo
livre.
Os
Normandos não estavam interessados na ocupação. Pretendiam o saque e fazer
cativos. Os Naturais, desorientados, espantados, foram sobrevivendo, fugindo e
regressando repetidamente às suas terras, sem nunca as abandonarem.
A
vida tornou-se-lhes um inferno, mas sobreviveram. A serra de Arga, foi o seu
refúgio…
Entretanto,
das Astúrias começam a chegar outros Cristãos. Com eles vem um princípio de
autoridade e de organização.
Os
Normandos começam a aderir ao Cristianismo. É possível um princípio de
entendimento. De antigos piratas, os Homens do Norte tornam-se comerciantes. É
possível o negócio...
O
inimigo comum é agora o Muçulmano. Vai ser ele a vítima.
Os
Galegos aceitam a autoridade Asturiana, mas sem muita convicção. E os Normandos
estão mais do lado das populações locais.
Os
Homens do Norte: Viquingues: Saxões, Francos, Ingleses, Holandeses, … chegam
agora como comerciantes, mas também como peregrinos a S. Tiago de Compostela.
Com
a sua ajuda, a economia Galega fortalece-se e cresce. O poder Asturiano sente
dificuldades para impor-se, e é contestado.
À
frente das populações locais, estão agora estes Francos ou Saxões, que
organizam novas presúrias e criam no norte da Península, a convicção ainda hoje
tão arreigada de que os estrangeiros são sempre melhores, e que basta ser
soldado estrangeiro para ser bom oficial...
É
à frente das populações locais, que estes estrangeiros levam a efeito grandes
razias e criminosas chacinas sobre os restos das populações muçulmanas, que se
encontram dispersas e desprotegidas.
E
não é de boa vontade, que se submetem aos reis das Astúrias.
É
o tempo das salinas de Aveiro, e da exploração pecuária e das carnes, nas
margens do Lima e do Minho. Da exploração da carne bovina, dos curtumes e da
indústria da tripa, aproveitamento das vísceras, os Callos galegos, Dobrada à
portuguesa.
A
prosperidade surge. A economia cresce. A ambição nasce. A rebeldia
manifesta-se, frente ao poder Central.
Aproxima-se
o aparecimento dum novo reino. D. Teresa e D. Afonso Henriques estão à porta.
Anselmo C. Vieira
Sem comentários:
Enviar um comentário