sábado, 30 de março de 2019

NORMANDOS


NORMANDOS

Foi a força Normanda que possibilitou a formação do Reino da Galiza e do Norte de Portugal. Possibilitou e forjou a idiossincrasia e o carácter o povo desta freguesia: Fontão.
Primeiro, porque foram os Normandos que tornaram impossível a vida Muçulmana nestes lugares. Atacaram os Muçulmanos e tornaram-lhes a vida impossível nestas regiões. Criaram o vazio de poder que permitiu e facilitou as atividades dos Presores Asturianos.
Mas, ao mesmo tempo proporcionaram a oportunidade de as populações locais se desembaraçarem dos antigos senhores e dirigentes, e de tomarem em suas mãos, a orientação dos seus destinos. Livres de antigos dominadores, adquiriram o gosto da liberdade e assumiram a sua autonomia, caminho para a Independência.
As presúrias cristãs da Galiza, devem-se à chacina implacável dos elementos Islâmicos. E foram os ataques Normandos os responsáveis por estas ferozes matanças.
Desde os princípios do séc. IX, os Normandos foram aparecendo no litoral da Galiza e Norte de Portugal.
Encontraram um povo que não lhes resistiu, e uma autoridade frágil, porque bisonha e de recente implantação. Estranha ainda às populações locais. Era Islâmica, e não Cristã. Fragilmente implantada, desertou rapidamente para Sul, deixando o campo livre.
Os Normandos não estavam interessados na ocupação. Pretendiam o saque e fazer cativos. Os Naturais, desorientados, espantados, foram sobrevivendo, fugindo e regressando repetidamente às suas terras, sem nunca as abandonarem.
A vida tornou-se-lhes um inferno, mas sobreviveram. A serra de Arga, foi o seu refúgio…
Entretanto, das Astúrias começam a chegar outros Cristãos. Com eles vem um princípio de autoridade e de organização.
Os Normandos começam a aderir ao Cristianismo. É possível um princípio de entendimento. De antigos piratas, os Homens do Norte tornam-se comerciantes. É possível o negócio...
O inimigo comum é agora o Muçulmano. Vai ser ele a vítima.
Os Galegos aceitam a autoridade Asturiana, mas sem muita convicção. E os Normandos estão mais do lado das populações locais.
Os Homens do Norte: Viquingues: Saxões, Francos, Ingleses, Holandeses, … chegam agora como comerciantes, mas também como peregrinos a S. Tiago de Compostela.
Com a sua ajuda, a economia Galega fortalece-se e cresce. O poder Asturiano sente dificuldades para impor-se, e é contestado.
À frente das populações locais, estão agora estes Francos ou Saxões, que organizam novas presúrias e criam no norte da Península, a convicção ainda hoje tão arreigada de que os estrangeiros são sempre melhores, e que basta ser soldado estrangeiro para ser bom oficial...
É à frente das populações locais, que estes estrangeiros levam a efeito grandes razias e criminosas chacinas sobre os restos das populações muçulmanas, que se encontram dispersas e desprotegidas.
E não é de boa vontade, que se submetem aos reis das Astúrias.
É o tempo das salinas de Aveiro, e da exploração pecuária e das carnes, nas margens do Lima e do Minho. Da exploração da carne bovina, dos curtumes e da indústria da tripa, aproveitamento das vísceras, os Callos galegos, Dobrada à portuguesa.
A prosperidade surge. A economia cresce. A ambição nasce. A rebeldia manifesta-se, frente ao poder Central.
Aproxima-se o aparecimento dum novo reino. D. Teresa e D. Afonso Henriques estão à porta.


Anselmo C. Vieira

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