segunda-feira, 1 de abril de 2019

Os Normandos e os seus Sucessores

escultura de Irene Vilar

Os Normandos e os seus Sucessores

Os séc. VIII, IX, X e XI, foram tempos cruciais para a formação da idiossincrasia dos Galegos, e dos Fontanenses em particular. São séculos de instabilidade e anarquia.
Desaparecida a autoridade, desaparece a ordem e a segurança. Há guerras, assaltos, fugas e regressos constantes. Há destruições, ruínas, insegurança e fome.
Desaparecido o poder e autoridade, cada um fica entregue à sua sorte... O medo e a confusão instalam-se.
A iniciativa pertence a cada um, e a sobrevivência também… e à sorte. A vida tornou-se num intervalo entre fugas e regressos. Fugas e regressos tornaram-se constantes e parecia que não teriam fim. Mas os naturais voltavam sempre à sua origem, fiéis ao seu lugar.
Os agressores são os Viquingues ou Normandos. Atacavam as costas Galegas. Penetravam pelos rios Lima, Minho, Vouga, Mondego. Atacaram Tui por várias vezes. Chegam a fazê-lo com duzentos barcos de uma só vez. As populações da Ribeira Lima refugiavam-se na serra de Arga, nos seus rebordos ou nos seus cimos. No interior da serra há pastagens para os gados, durante o tempo que for preciso. As encostas, dificultam os ataques e protegem os fugitivos.
Na ria de Aveiro os Normandos exploram as salinas.
Em Coimbra atacam, cativam, destroem e roubam.
Em Guimarães, os naturais constroem para defesa, o seu castelo.
Na Galiza e no Minho luta contra eles o bispo S. Rosendo. Em Coimbra o rei Afonso II das Astúrias, com S. Rosendo.
Até que por fins do séc. X, entre atacantes e naturais, chega-se a um entendimento. Na Galiza primeiro. Mais tarde com os reis Asturianos também.
Aderindo ao Cristianismo, os Normandos dirigem as suas fúrias guerreiras contra os Muçulmanos apenas. Aliam-se aos Cristãos e apoiam-nos nas suas lutas contra os Mouros. Tomam mesmo a iniciativa nessas lutas. E cometem enormes atrocidades.
Atrás dos Viquingues e seguindo-lhes os passos, aparecem os Saxões, os Francos, os Ingleses e Holandeses. Em apoio aos Cristãos Peninsulares, praticam ferozes razias e cruéis matanças em terras Muçulmanas.
Os reis de Leão acolhem-nos, confiam-lhes a defesa das suas fronteiras e dão-lhes a direção das suas conquistas.
Como consequência, surge entre os espanhóis, o complexo perante o estrangeiro: Este é sempre melhor, mais forte e mais competente... Basta que o soldado seja estrangeiro, para ser bom oficial... diz um refrão castelhano.
D. Raimundo e D. Henrique de Borgonha têm essa origem.
Os nossos primeiros reis seguiram esta política. Lisboa, Silves e outras terras são o exemplo.
E não terá tido aqui início a saga do bacalhau em Portugal? Com as alianças do nosso D. Sancho l com os reis da Noruega e da Dinamarca?

Anselmo Vieira

19 de maio de 2013

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