Os
Normandos e os seus Sucessores
Os
séc. VIII, IX, X e XI, foram tempos cruciais para a formação da idiossincrasia
dos Galegos, e dos Fontanenses em particular. São séculos de instabilidade e
anarquia.
Desaparecida
a autoridade, desaparece a ordem e a segurança. Há guerras, assaltos, fugas e
regressos constantes. Há destruições, ruínas, insegurança e fome.
Desaparecido
o poder e autoridade, cada um fica entregue à sua sorte... O medo e a confusão
instalam-se.
A
iniciativa pertence a cada um, e a sobrevivência também… e à sorte. A vida
tornou-se num intervalo entre fugas e regressos. Fugas e regressos tornaram-se
constantes e parecia que não teriam fim. Mas os naturais voltavam sempre à sua
origem, fiéis ao seu lugar.
Os
agressores são os Viquingues ou Normandos. Atacavam as costas Galegas.
Penetravam pelos rios Lima, Minho, Vouga, Mondego. Atacaram Tui por várias
vezes. Chegam a fazê-lo com duzentos barcos de uma só vez. As populações da
Ribeira Lima refugiavam-se na serra de Arga, nos seus rebordos ou nos seus
cimos. No interior da serra há pastagens para os gados, durante o tempo que for
preciso. As encostas, dificultam os ataques e protegem os fugitivos.
Na
ria de Aveiro os Normandos exploram as salinas.
Em
Coimbra atacam, cativam, destroem e roubam.
Em
Guimarães, os naturais constroem para defesa, o seu castelo.
Na
Galiza e no Minho luta contra eles o bispo S. Rosendo. Em Coimbra o rei Afonso
II das Astúrias, com S. Rosendo.
Até
que por fins do séc. X, entre atacantes e naturais, chega-se a um entendimento.
Na Galiza primeiro. Mais tarde com os reis Asturianos também.
Aderindo
ao Cristianismo, os Normandos dirigem as suas fúrias guerreiras contra os
Muçulmanos apenas. Aliam-se aos Cristãos e apoiam-nos nas suas lutas contra os
Mouros. Tomam mesmo a iniciativa nessas lutas. E cometem enormes atrocidades.
Atrás
dos Viquingues e seguindo-lhes os passos, aparecem os Saxões, os Francos, os
Ingleses e Holandeses. Em apoio aos Cristãos Peninsulares, praticam ferozes
razias e cruéis matanças em terras Muçulmanas.
Os
reis de Leão acolhem-nos, confiam-lhes a defesa das suas fronteiras e dão-lhes
a direção das suas conquistas.
Como
consequência, surge entre os espanhóis, o complexo perante o estrangeiro: Este
é sempre melhor, mais forte e mais competente... Basta que o soldado seja
estrangeiro, para ser bom oficial... diz um refrão castelhano.
D.
Raimundo e D. Henrique de Borgonha têm essa origem.
Os
nossos primeiros reis seguiram esta política. Lisboa, Silves e outras terras
são o exemplo.
E
não terá tido aqui início a saga do bacalhau em Portugal? Com as alianças do
nosso D. Sancho l com os reis da Noruega e da Dinamarca?
Anselmo Vieira
19 de maio de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário