A Indústria da Dobrada e o Rio Podre
Rio
Podre foi o nome que os antigos, talvez Romanos, deram ao rio de FONTÃO. Podre?
Porquê?
A
indústria das carnes. O aproveitamento das peles e das vísceras. A indústria
das tripas. As peles curtidas nas águas do rio. As vísceras lavadas nas águas
do mesmo. A indústria alimentar de los Callos usados na alimentação dos
Galegos, dos Asturianos e dos Vascos. De todos os povos Cantábricos. Prato
típico do norte de Espanha.
A
origem das tripas à moda do Porto. Estava desvendado o enigma.
Houve
tempos em que, inserido nesta economia, lá por fins do primeiro milénio,
florescia nesta terra, que hoje é Fontão, um nicho de comércio florescente,
baseado na exploração de gado bovino e na industrialização das suas carnes. Era
no tempo dos reis das Astúrias.
As
lutas com os Muçulmanos fazem movimentar os exércitos. E estes necessitam de
ser abastecidos.
Do
Norte chegam bandos de Cruzados, a caminho da Terra Santa, e marcam encontro nestas
paragens da Galiza.
As
peregrinações a caminho de Compostela, trouxeram muitos devotos, e vitalidade a
esta economia.
Fontão
estava integrado nesta economia e participava nela.
Em
terra ficariam os miúdos dos animais, para alimento dos naturais. As vísceras
para serem tratadas e transformadas nos Callos, Dobrada utilizados,
provavelmente na alimentação dos pobres ou de todas as populações do Norte
Cantábrico.
O
rio ficaria decerto pútrido ou com esse aspeto, fruto destas atividades.
Anselmo C. Vieira
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