sexta-feira, 29 de março de 2019

A Indústria da Dobrada e o Rio Podre



A Indústria da Dobrada e o Rio Podre

Rio Podre foi o nome que os antigos, talvez Romanos, deram ao rio de FONTÃO. Podre? Porquê?
A indústria das carnes. O aproveitamento das peles e das vísceras. A indústria das tripas. As peles curtidas nas águas do rio. As vísceras lavadas nas águas do mesmo. A indústria alimentar de los Callos usados na alimentação dos Galegos, dos Asturianos e dos Vascos. De todos os povos Cantábricos. Prato típico do norte de Espanha.
A origem das tripas à moda do Porto. Estava desvendado o enigma.
Houve tempos em que, inserido nesta economia, lá por fins do primeiro milénio, florescia nesta terra, que hoje é Fontão, um nicho de comércio florescente, baseado na exploração de gado bovino e na industrialização das suas carnes. Era no tempo dos reis das Astúrias.
As lutas com os Muçulmanos fazem movimentar os exércitos. E estes necessitam de ser abastecidos.
Do Norte chegam bandos de Cruzados, a caminho da Terra Santa, e marcam encontro nestas paragens da Galiza.
As peregrinações a caminho de Compostela, trouxeram muitos devotos, e vitalidade a esta economia.
Fontão estava integrado nesta economia e participava nela.
Em terra ficariam os miúdos dos animais, para alimento dos naturais. As vísceras para serem tratadas e transformadas nos Callos, Dobrada utilizados, provavelmente na alimentação dos pobres ou de todas as populações do Norte Cantábrico.
O rio ficaria decerto pútrido ou com esse aspeto, fruto destas atividades.


Anselmo C. Vieira

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