segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Os lamentos de Rosalia



Os lamentos de Rosalia

A minha vida é um rio,
que desliza pelo tempo,
e enquanto vai decorrendo,
até chegar ao destino,
vai encontrar outros rios.

Sou filho do rio Lima,
brinquei nos seus areais,
e enquanto a minha mãe lavava,
no lavadouro da margem,
bem metido na corrente,
e, por ela vigiado,
eu, criança, chafurdava.

Mais tarde, já crescidinho,
cansado da desfolhada,
e da desfolhada sujinho,
já passada a meia noite, uma ou duas da madrugada,
com meus Pais e meus Irmãos,
nas águas límpidas do Lima,
dos meus ardores refrescava,
e assim me consolava.

Adolescente no Minho,
na ilha de Pessegueiro,
passeei despreocupado,
com meus colegas da Escola,
vi no horizonte a Galiza,
e ao meu lado a ilha,
a dos Amores chamada,

e da que meu Pai me falara,
quando eu era pequenino.


Mas foi no bucólico Neiva,
que eu aprendi a nadar,
com colegas transmontanos,
dispostos a me ensinar,
enquanto vivia a infância,
no colégio a estudar.

Nadei no rio Ebro,
na barragem de “Sobron”,
de Alava, já nos confins,
já não sei se me recordo,
mas bem perto da Cantábria.


No Embalce do rio Erges ouvi,
na cidade de Corelha, na Navarra Argonesa,
as golondrinas cantar,
e em seus trinos dizer: “Que bela tierra, és my Navarra!”,
enquanto do chão arrancava,
as plantas de “Regalis”,
para as raízes mascar.


A.V.

Sem comentários:

Enviar um comentário