crónicas do capital financeiro - óleo s/tela de Victor da Silva Barros
Devaneios dos tempos que correm
30
de abril. Esta noite entra o mês de maio. Entra com o Dia do Trabalhador.
Mas
os trabalhadores… já eram… Hoje trasvestiram-se de “colaboradores” …
Ontem
odiavam os patrões. Lutavam contra eles. Era o tempo das ideologias Marxistas.
Mas
hoje também já não há patrões, há empresários. Empresários que oferecem
ocupação e oportunidade de colaborar a quem se sinta desocupado. Grande
favor!...
Colabora
numa empresa, que não é tua, e aceita a gratificação de: não te sentires
inútil… é o teu salário.
No
jornal do dia: Jornal de Notícias, saboreando um bom café, leio a primeira
página. A letras garrafais: “Grandes empresários burlados em muitos milhões, na
compra de iates de luxo.”.
Em
muitos milhões!
Sorvo
um golo de café e sinto-me bem-humorado. Sim senhor. Muito bem empregado…
Então
andavam esses Senhores Empresários a juntar milhões, à custa do suor dos seus colaboradores,
a quem deixavam na penúria, vivendo miseravelmente, com um salário mínimo? É
justo.
É
justo que apareçam outros figurões da sua laia, e lhes apliquem o corretivo.
De
resto, o empresário burlado, continuará a ganhar com a sua Empresa, alimentada,
não pelos seus lucros, mas pelos Fundos de Investimento, anónimos e juntos,
sabe-se lá por quem e como.
No
pior dos casos, a Empresa pode falir. Mas o Empresário continua a ser
Empresário. O dinheiro não era dele. Só perde os lucros e saboreia o seu
próprio veneno.
E
os colaboradores? Não são ninguém.
Anselmo Vieira
Maio - 2019
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